Depois do alívio de ter passado no vestibular, o medo!
Logo na primeira semana de aula os recém chegados à faculdade passam pelas mãos dos veteranos e são submetidos ao temeroso Trote. Cabelos no chão, cara pintada, dinheiro no pedágio e mergulhos na fonte. Você está preparado?
Os trotes surgiram nas universidades como uma forma dos veteranos “domesticarem” os calouros por meio de práticas humilhantes. A brincadeira chegou ao Brasil através dos jovens da elite brasileira que realizavam parte de seus estudos na Universidade de Coimbra, em Portugal. Em decorrência disso, surgiram desavenças entre calouros e veteranos que culminaram com a morte de Francisco Cunha e Meneses, a primeira vitima de trote no Brasil, em 1831.
Nos últimos anos, trotes violentos levaram muitas universidades a proibirem o ritual e a lançarem o trote solidário ou trote cidadão, na tentativa de mobilizar calouros e veteranos a desenvolverem atividades assistencialistas. Ainda assim, alguns estudantes desconsideram as regras e submetem os bichos à atividades degradantes.
Vale lembrar que o trote é, na verdade, um ritual de passagem que marca o inicio da vida universitária, integrando os calouros e os veteranos. Se todo mundo tiver bom senso, o trote vira uma verdadeira festa de volta as aulas. Raspar o cabelo, pintar o corpo, andar amarrado no colega e pedir dinheiro no semáforo são brincadeiras que estão dentro do considerável. Mas mesmo sendo bicho, o calouro não deve se submeter a atos que considere abusivos. Se você não quiser participar, simplesmente diga NÃO e caia fora. Você precisa sair vivo e ileso para curtir os próximos anos de faculdade =)
Abaixo você confere algumas histórias da galera que levou o trote numa boa e de quebra ainda fez várias amizades!
Fábio Cursino Vitório (Administração em Comércio Exterior – Mackenzie)
“Meu trote, como os trotes de universidades particulares, foi menos aterrorizante do que em faculdades públicas, porém não foge muito de situações como pinturas e bebedeiras e, claro, um bom esforço físico para aturar os “elefantinhos”. Fica claro você faz o que quiser e se está lá, tem que agüentar suas conseqüências... então bebi de tudo e assim a integração com amigos da turma foi bem mais fácil.”
Mariana Pereira (Jornalismo – UniSantos)
“O meu trote foi bem tranquilo. Os veteranos eram legais e, é claro, quem deixou a brincadeira acontecer, não teve grandes problemas. Eles usaram parte do dinheiro que conseguimos no semáforo para comprar água e dividir entre todos os que estavam na brincadeira, já que era um dia extremamente quente. Não passamos por nada que fosse humilhante, nem mesmo a tradicional brincadeira do elefantinho fizeram.”
Eletra de Souza (Biologia – Ufscar)
“Meu trote começou no dia da matrícula, os veteranos me pintaram e jogaram muita lama, me fizeram rolar na grama e coisas do tipo. Na semana da calourada, tive que ficar um dia inteiro no semáforo pedindo dinheiro e de noite teve uma cervejada, na qual eu tive que ficar servindo cerveja pra galera. Mas eu achei muito massa porque eu conheci um monte de gente fazendo isso, pessoas que hoje eu já não falo muito e outras que se tornaram muito amigas mesmo.”
Guilherme Camargo (Engenharia Química – Unicamp)
“Quando entrei na unicamp, na faculdade mesmo eu não tomei muito trote, nada alem de tinta e elefantinho. O pior mesmo foi quando eu entrei aqui na República onde moro... Tive que beber bastante com os integrantes da casa, entrar na piscina em noites muito frias, abrir muita cerveja, portão, lavar louça, tirar lixo da cozinha e banheiros. Apesar de ter ficado meio puto algumas vezes, foi muito bom para me intregar com o pessoal da faculdade e da casa. “



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